(imagem núcleo ponto q)
“A quem pertence a Terra? A Deus?
Ao Diabo? Ou aos espíritos desencarnados? Não!! A Terra pertence a pureza e a
inocência das crianças. Pena que quando crescem tornam-se imbecis. Graças ao
Sistema!”
Zé do Caixão com sua fala
penetrante é o mais importante personagem multimídia nascido do cinema
nacional, criado brilhantemente pelo cineasta José Mojica Marins.
Além das produções
cinematográficas, Zé do Caixão também foi protagonista em programas de TV,
revistas em quadrinhos, livros, videoclipes e programas de rádio.
Este
ano o personagem Zé do Caixão completa 50 anos de história, vamos contar um pouco dessa trajetória e também destacar sua turnê épica comemorativa e de despedida, que será marcada
por Workshop de Cinema e Interpretação. Estivemos em sua estréia em São Paulo para conferir.
(imagem núcleo ponto q)
Um pesadelo, em 1963, onde era
levado por ele mesmo até sua própria cova, foi a principal inspiração de Mojica
para criar Josefel Zanatas, o Zé do Caixão.
Em 1964 o filme “À meia-noite levarei sua Alma” trouxe a
primeira aparição de Zé do Caixão, um temido coveiro sádico, que tinha a
obsessão de trazer ao mundo um filho com a perfeição de perpetuar seu sangue e
lhe garantir a eternidade. O filme foi sucesso de bilheteria, era apenas o começo.
Em 1967 veio a continuação da saga com o filme “Esta noite encarnarei em teu Cadáver”, onde Zé do Caixão, ainda na
busca da imortalidade através do sangue, tortura violentamente muitas vítimas e
uma delas jura que encarnará o seu corpo. A trilogia se completou com o filme “A Encarnação do Demônio” que teve seu
roteiro escrito por Mojica em 1966 e foi lançado em 2008, com a trama renovada
e adaptada para a paisagem urbana da Cidade de São Paulo.
O cinema autoral de Mojica trouxe
na figura de Zé do Caixão elementos e temas inovadores para a cena brasileira,
seu conteúdo explicitamente violento e perturbador misturado a uma estética de
filmagem incrivelmente criativa para a época, gerou uma nova forma de se
pensar e de se fazer cinema no Brasil.
A censura sempre atacou
ferozmente os filmes de Mojica, seu longa-metragem “O Despertar da Besta”, que também trazia o personagem Zé do
Caixão, foi objurgado por mais de dez anos, só podendo ser exibido em 1983, após
ter o título alterado para “O Ritual dos
Sádicos”.
O carismático José Mojica nos
contou que começou a se interessar por cinema muito cedo, aos quatro anos já
via filmes com Boris Karloff e Bela Lugosi, aos oito dirigiu e atuou em seu
primeiro filme intitulado “Reino
Sangrento”.
O cineasta acredita que o cinema
nacional de hoje não explora todos os níveis da criatividade que poderia,
lamenta a falta de conteúdos inovadores, mesmo com todos os recursos
tecnológicos atuais.
(imagem núcleo ponto q)
O gênio total do terror
celebrando meio século de seu personagem mais marcante, afirma que não tem um sucessor, lamenta que muitos tentam imitá-lo apenas em seus trajes, mas ainda não reconheceu nada que pudesse chamar a sua atenção.
A jornada de Zé do Caixão com seu
tradicional Workshop pretende passar por várias cidades, sendo também uma
oportunidade única para fãs, estudantes de cinema, cineastas e admiradores.
O lançamento da turnê aconteceu
no Tênis Clube Paulista em São Paulo, no bairro do Paraíso, próximo a Vila
Mariana, onde nasceu o mestre do horror. Entre os dias 12 e 14 de abril foi
realizado o primeiro workshop da turnê.
(Mojica assina tatuagem de fã - imagem núcleo ponto q)
Cercado por entusiastas de seu Cinema, Mojica regeu um workshop intimista, onde abusou das técnicas de improviso. Os participantes foram convidados a exercitar a criatividade em cenas improvisadas e com tema livre.
Mesmo sem contar com uma grande produção, o cineasta performático levou sua mensagem aos que marcaram presença neste encontro. Zé do Caixão alerta : " Quem não aparece, desaparece ! "
(imagem núcleo ponto q )
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